Santander lucra às custas dos funcionários e de fechamentos de agências
No primeiro semestre de 2024, o banco Santander alcançou um Lucro Líquido Contábil de R$ 6,18 bilhões, crescimento de 46,9% em relação ao mesmo período de 2023. Apenas no segundo trimestre, o lucro foi de R$ 3,2 bilhões, um aumento de 10,6% em relação ao trimestre anterior, que registrou R$ 2,9 bilhões. O retorno sobre o patrimônio líquido anualizado do banco ficou em 15,5%, crescimento de 4,3 pontos percentuais em doze meses. Mais uma vez, a unidade brasileira do banco espanhol contribuiu significativamente, representando 18,8% do lucro global de € 6,059 bilhões, que teve um aumento de 16% em doze meses.
Apesar dos resultados financeiros positivos, a holding Santander encerrou o primeiro semestre com 55.091 empregados, uma redução de 80 postos de trabalho em doze meses (-119 no trimestre). Além disso, a base de clientes aumentou em 3,9 milhões em relação a junho de 2023, totalizando 67,2 milhões. Em contrapartida, foram fechadas 380 agências e postos de atendimento (-81 no trimestre).
Para a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Wanessa Queiroz, os dados mostram uma clara contradição: enquanto o lucro do Santander cresce significativamente, a força de trabalho diminui e muitas agências e postos de atendimento são fechados. “Isso é reflexo da implementação da multicanalidade, uma política de redução de custo do banco. Com isso, os funcionários enfrentam incertezas e reduções no quadro de pessoal, apesar do aumento expressivo nos lucros do banco. Isso levanta questões sobre as prioridades da instituição financeira e as consequências para seus empregados e clientes”, declarou.