
A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito no Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) está participando do VIII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, que começou nesta quinta-feira 6 de novembro na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará, em Fortaleza. Promovido pela Contraf-CUT, o fórum marca o início de um mês simbólico, que culmina no 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra e feriado em homenagem a Zumbi dos Palmares, líder quilombola que representa a resistência e a busca pela liberdade do povo negro no Brasil.
A Fetec está representada por vários dirigentes, entre eles o secretário-geral Arílson da Silva, a vice-presidenta Neide Rodrigues, que também é presidenta do Sindicato dos Bancários de Campo Grande, a secretária da Mulher Elis Regina Camelo e o secretário de Saúde e Condições de Trabalho Wadson Boaventura. Veja a delegação na foto abaixo.
A programação do fórum inclui palestras, painéis e debates, abordando temas como relações raciais e de trabalho no Brasil, participação de negros e negras no mercado financeiro, e o papel da cultura e da luta antirracista na transformação social.
Desigualdade racial e exclusão social
Apesar dos avanços, os números mostram que o racismo estrutural continua marcando profundamente a sociedade e o mundo do trabalho. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que mulheres negras recebem, em média, 53% menos que homens brancos. No mercado financeiro, a sub-representação da população negra em cargos de liderança e o preconceito velado ainda são realidades que precisam ser enfrentadas.
No país, o racismo também se manifesta de forma brutal nas estatísticas da violência. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025 revela que 79% das vítimas de homicídios em 2024 eram pessoas negras, e quase metade (48,5%) eram jovens entre 12 e 29 anos. “Esses números escancaram que o racismo não é um problema individual, mas estrutural. Está nas oportunidades, na renda e, tristemente, no direito à vida”, afirmou o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar.
Racismo persiste no sistema financeiro
Na abertura do evento, Neide Rodrigues representou toda a base da Fetec Centro-Norte e destacou que o debate racial deve ser permanente para ampliar a inclusão racial no sistema financeiro e combater as diferentes expressões do racismo dentro e fora dos bancos.
"O debate sobre o racismo estrutural é urgente e inadiável em nosso país. No sistema financeiro, encaramos a inaceitável sub-representação negra nos cargos de chefia e liderança, uma prova de que o acesso a oportunidades e a ascensão profissional não são democráticos. Debater a visibilidade negra é lutar, fundamentalmente, pelo direito ao espaço e à dignidade dentro dos bancos”, disse Neide.
A vice-presidenta da Fetec ainda lembrou que a responsabilidade transcende os escritórios, pois o “racismo se manifesta de forma brutal em toda a sociedade, atingindo as oportunidades, a renda e, tristemente, o direito à vida, como mostram as estatísticas de violência”.
O secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, destacou que “o mês da Consciência Negra não pode se resumir a homenagens. Ele precisa ser um chamado à ação, à construção de políticas que garantam diversidade, respeito e reparação histórica”, destacou
O VIII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra reafirma o compromisso da categoria bancária com a luta antirracista, a valorização da diversidade e a promoção da igualdade de oportunidades.
Fonte: Fetec-CUT/CN, com informações do Seeb Campo Grande e da Contraf-CUT

